Como deve ser o desempenho de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) em cada região do Brasil

Categoria

Central Eleitoral

Data de publicação

29 set 2022

Autor

Central Eleitoral

Presidenciáveis concentram seus últimos atos de campanha na Região Sudeste, que possui os maiores colégios eleitorais do Brasil

A disputa presidencial de 2022 apresenta uma estabilidade, sem surpresas, desde 1994. É o que apontam os institutos de pesquisa do Brasil. Porém, são as movimentações regionais que irão ditar o rumo final do pleito eleitoral deste ano. 

Olhando para um passado recente, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se saiu muito bem no Nordeste, maior reduto eleitoral dos candidatos petistas, mas foi por conta do seu desempenho no Sudeste, mais precisamente em Minas Gerais, que ela conseguiu, de forma apertada, vencer as eleições presidenciais de 2014. Já nas eleições de 2018, o atual presidente Bolsonaro (PL) conseguiu furar a bolha em todas as regiões brasileiras, inclusive no Nordeste, e vencer em quatro das cinco regiões.

Em 2022, a disputa regional está bem mais explícita na disputa presidencial. Os grupos sociais, que são distintos em cada região, são os que vão definir os vencedores de cada pedaço do Brasil, segundo os levantamentos dos institutos de pesquisa.

Região Sudeste

Os maiores colégios eleitorais do Brasil estão concentrados na Região Sudeste, por essa razão, Lula (PT) e Bolsonaro (PL), líderes das pesquisas, concentram seus últimos atos de campanha por lá.

O último levantamento do DataFolha, divulgado no dia 22/09, mostrou que o ex-presidente Lula lidera com folga em MG, mas viu sua vantagem diminuir em SP e RJ. É por isso que Bolsonaro resgata o seu discurso anticorrupção, usado em 2018, para tentar conquistar votos e reagir nas pesquisas.

Bolsonaro aposta que a sua virada pode chegar do interior de São Paulo, por isso tem investido cada vez mais nos municípios de lá. Por outro lado, a campanha petista tem escalado o candidato à vice-presidência, Geraldo Alckmin, para barrar as investidas da campanha bolsonarista. Cabe destacar ainda o papel da ex-ministra Marina Silva, candidata a Deputada Federal por São Paulo, como valiosa cabo eleitoral da chapa Lula/Alckmin.

Em Minas, Lula conta com os votos dos eleitores que também optam por Romeu Zema (NOVO), candidato opositor ao seu afilhado político Kalil. Outro ponto que a campanha de Bolsonaro quer fazer, é investir no interior mineiro, local onde Lula consegue se sair bem.

No Rio de Janeiro, reduto eleitoral de Bolsonaro, o petista aparece à frente do presidente, mas por ligeira vantagem. O presidente Bolsonaro tenta ampliar sua vantagem no estado com apoio do voto evangélico, onde aparece muito bem nas pesquisas. O ex-presidente, diante da vantagem bolsonarista com os neopentecostais fluminenses, tem tentado medidas de contenção, como eventos direcionados a essa fatia do eleitorado, contudo, ainda sem sucesso.

O Espírito Santo é o estado onde Lula e Bolsonaro devem disputar voto a voto o 1º turno das eleições, segundo as pesquisas no estado. Por lá, Lula conta com o apoio de Renato Casagrande (PSB), atual governador, que deve ser reeleito no 1º turno, segundo as pesquisas. Para contra-atacar, o presidente tem usado seu aliado de longa data, e candidato a senador, Magno Malta. 

Região Nordeste

O grande bastião do petismo é o Nordeste e em 2022 não será diferente. O ex-presidente Lula (PT) deve vencer, segundo os institutos de pesquisa, em todos os estados nordestinos e com larga vantagem. No último levantamento do DataFolha (22/09), Lula apareceu com uma vantagem de 39 pontos na Região Nordeste. Nos bastidores, a campanha petista acredita que uma hipotética vitória de Lula no 1º turno pode acontecer com uma grande vitória no Nordeste.

Bolsonaro (PL) tentou furar a bolha na região com a chuva de auxílios vindos do governo federal, mas nada rendeu votos. Não é à toa que a campanha do presidente prefere não investir tanto no Nordeste e que aliados da região prefiram não vincular suas campanhas à reeleição bolsonarista. Apenas as capitais do Nordeste devem dar vitória ao presidente Bolsonaro no pleito deste ano.

Região Norte

O Norte deve ser a região que mais votará de forma dividida na eleição presidencial. O último DataFolha mostrou Lula (PT) com 44% e Bolsonaro (PL), 37%, nos votos da Região Norte, uma vantagem de 7 pontos.

Nos estados de fronteira, onde o conservadorismo evangélico é alto, Bolsonaro deve vencer com folga, como Roraima, Rondônia e Acre. Já o ex-presidente Lula deve vencer no Pará, Amazonas e no Amapá. No Tocantins, com o agro forte, a disputa pode ser mais acirrada entre os líderes das pesquisas.

Região Sul

A Região Sul deve ser uma das mais disputadas, juntamente com o Sudeste, na eleição presidencial. Na última eleição, o presidente Bolsonaro ganhou com muita folga nos estados do Sul. Em 2018, no 1º turno, o presidente fez 65.82% em SC, 56.89% no PR e 52.63% no RS. 

A esperança da campanha bolsonarista é que o presidente repita o desempenho de 2018 no Sul, mas essa expectativa tem sido frustrada, uma vez que o ex-presidente Lula (PT) vem pontuando de maneira competitiva nas pesquisas estaduais por lá. O DataFolha trouxe Lula e Bolsonaro empatados na Região Sul, mas com o petista numericamente à frente, com 40% contra 39%.

Nas últimas semanas, Lula fez uma tour no Sul para reforçar sua campanha por lá e garantir mais votos para uma possível vitória em 1º turno.

Região Centro-Oeste

A região do agro no Brasil é a que Bolsonaro deve garantir nas eleições deste ano, como constatado nos levantamentos dos institutos de pesquisa. Nos últimos anos, o presidente investiu e deu prestígio ao agro no seu governo, o que garante ao presidente uma boa performance dentro desse eleitorado.

Por outro lado, a campanha petista tem escalado Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente na chapa com Lula, para furar a bolha nesse setor. Alckmin tem feito reuniões e encontro com o setor do agro e com empresários ligados ao setor.

Em resumo, o que podemos esperar na noite da apuração:

A despeito de uma eleição que nacionalmente tem se mostrado insistentemente estável, as disputas regionais apresentam um panorama disputado e até mesmo instável. 

Contrastando com 2018, quando houve domínio bolsonarista em 4 das 5 regiões, é perfeitamente possível que, excetuando o Nordeste sempre Lulista, tenhamos um mapa eleitoral mais “misturado”.

Sim, a eleição nacional está estável, mas será imprevisível regionalmente.

Autor

Central Eleitoral

Categoria

Central Eleitoral

Data de publicação

29 set 2022

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